Caixas de Pescado: um olhar jovem sobre os mercados de peixe de Itanhaém
O projeto “Caixas de Pescado” tomou forma em Itanhaém (SP), a partir de uma ideia simples: dar câmeras ou smartphones a jovens para que eles registrassem, com os próprios olhos, o dia a dia dos mercados de peixe da cidade.
Com o apoio do edital cultural da Lei Paulo Gustavo, o fotógrafo Marcos Rogério ofereceu 16 horas de oficina fotográfica gratuita para 13 jovens da Escola Profª Dalva Datti, focando no uso do celular como ferramenta, com as aulas cobrindo desde o básico do enquadramento até composição, democratizando o aprendizado da fotografia.
O trabalho saiu da sala de aula em agosto. Os participantes foram aos mercados de peixe do Guaraú, Baixio e Praia dos Pescadores: pontos centrais da cultura caiçara. Acompanhados pelo professor de Português André, entrevistaram pescadores, gerando um diálogo entre gerações que resgatou histórias que poderiam se perder.
O ponto alto foi a exposição de setembro, durante a reunião de pais e mestres. As 20 fotos escolhidas foram impressas em dois tamanhos (20×30 cm e 30×40 cm) e exibidas de forma original: sobre caixas de pescado e redes de pesca, símbolos da identidade local. A mostra ficou aberta por 20 dias e deve circular pela cidade em breve.
Os objetivos centrais do projeto foram atingidos: houve formação artística, investigação cultural, preservação da memória caiçara e reforço da identidade do grupo, além, do diálogo intergeracional. “Caixas de Pescado” ensinou fotografia, sim, mas, acima de tudo, fez a juventude olhar para sua própria história com orgulho e dar a ela forma de arte.
Nosso agradecimento à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, à Secretaria Municipal de Educação, à equipe da Escola Dalva Datti, ao Professor André e, principalmente, aos jovens. Eles, com suas lentes, provaram que a cultura viva de Itanhaém está nos detalhes dos mercados, nas mãos dos pescadores e em quem se dispõe a realmente enxergar.
Este projeto foi realizado pelo Ministério da Cultura com recursos da Lei Paulo Gustavo de incentivo à cultura e com apoio da Prefeitura Municipal de Itanhaém.
N.E.: Devido a tratar-se de material sensível (menores de idade), em respeito ao ECA e à LGPD, não serão publicadas as fotos dos jovens autores nem suas imagens serão creditadas com nomes identificáveis.
Fotógrafo e agente cultural.
Presidente do COFIT, diretor de Comunicação da Fototech e membro do Conselho Fiscal da Confoto. Atua com foco na preservação da memória cultural e no fortalecimento do fotoclubismo no Brasil, valorizando a fotografia como ferramenta de pertencimento.
