As senhoritas Coelho
Olá, cofitenses e cofitados! Venho aqui hoje para convidá-los a viajar no tempo. Recentemente, me deparei com um verdadeiro tesouro: uma coletânea de revistas de 1911 a 1914, recheadas com registros de pessoas e situações pitorescas daquela época:

Trata-se da peculiar revista A Fita, que era um periódico cultural de arte e literatura, oriundo de Santos, e que traz em suas páginas fotografias que imagino estarem inéditas há pelo menos 100 anos.
O que será que elas podem nos revelar?
Em sintonia com as navegações pela história trazidas no Cubo Mágico pela querida historiadora Fátima Cristina Pires, farei aqui na Fita da Foto uma análise casual das figuras que vão se apresentar, vindas direto do túnel do tempo. Isso se dá, é claro, graças à magia da fotografia, congelando os instantes por toda a eternidade… ou até quando o papel aguentar existir!
Como primeira contribuição, apresento-lhes esta simpática imagem:

A foto foi tirada em Santos, em 1911. Observe a elegância das madames, que decerto “não são qualquer pessoa”! São as Senhoritas Coelho – que presumo serem da família de um famoso advogado da época que carregava o mesmo sobrenome – e que, diga-se de passagem, era patrocinador da revista A Fita com propagandas de seu ofício!
Ah, mas não é apenas o sobrenome Coelho que elas carregam nessa foto! Sobre suas cabeças, chapéus extremamente emperequetados, como dizia minha avó, que inclusive nasceu justamente nessa época. Nas mãos, trazem sombrinhas finíssimas e delicadas, para combinar com seu visual belle époque.
O que será que conversavam, rumo ao dentista?
“Ah! Este meu molar está a consumir-me em dores!”
Ao que tudo indica, uma das senhoritas Coelho poderia muito bem terminar o dia com um ou mais dentes a menos. Fosse pela prática nefasta do “arranca logo” dos dentistas da época, ou porque bateria de frente com o bondinho de Santos mais cedo, ou mais tarde, já que estavam andando despretensiosamente sobre a linha…
Por fim, eu me pergunto: se A Fita existisse hoje, será que veríamos algo assim aqui em Itanhaém?
Senhor Cachorro, bocejando no Suarão
Professor de Português, Literatura, Inglês e Redação há 22 anos; tradutor e intérprete; idealizador do CENI - Coletivo de Escrita Nós de Itanhaém; autor e memorialista, responsável pela reedição histórica dos livros A Vila de Itanhaém e Capitanias Paulistas, de Benedicto Calixto, sob o selo de seus serviços editoriais - Noz Editoria; Membro efetivo da Academia Itanhaense de Letras.


